Crítica: Slay the Princess – The Pristine Cut redefine as normas dos jogos

Quando mergulhei pela primeira vez em Slay the Princess: The Pristine Cut, inicialmente fiquei incerto sobre o que me esperava. Tudo o que eu sabia era da aclamação esmagadora que a versão original recebeu em seu lançamento em 2023. Esta novela visual assustadoramente assustadora desafia a narrativa convencional, transformando a narrativa arquetípica de um herói galante resgatando uma donzela em uma saga Lovecraftiana arrepiante que intrigantemente se aprofunda em temas psicológicos e filosóficos.

Imagem via Black Tabby Games

No cenário da mídia de hoje, frequentemente encontramos histórias aderindo a modelos bem usados. Embora essas fórmulas familiares possam ser eficazes, elas não necessariamente exigem uma compreensão completa da história de fundo ou uma forte conexão emocional. Um exemplo quintessencial é Mario; a maioria dos jogadores da franquia não é movida pelo desejo de resgatar a Princesa Peach de Bowser, mas sim aproveita a premissa direta que permite uma rápida imersão no jogo.

É precisamente aqui que a Black Tabby Games reinventa e subverte habilmente as narrativas tradicionais com Slay the Princess. Semelhante ao Doki Doki Literature Club, este título não depende de sustos para horror; em vez disso, permite que os jogadores façam escolhas que influenciam o desenrolar da história. O jogo adota o formato de romance visual e se alinha com a experiência de um livro Choose Your Own Adventure. O conceito é bastante direto, e o título do jogo oferece uma dica do que está por vir. Sua tarefa não é libertar uma nobre donzela, mas eliminar a princesa confinada no porão de uma cabana.

Slay the Princess — The Pristine Cut rasga o livro de regras sobre o estereótipo da donzela
Imagem via Black Tabby Games

Sua aventura começa em uma floresta sombria e agourenta, com uma voz conhecida como O Narrador acompanhando você. Essa voz inquietante pede que você se livre da princesa, afirmando que a falha em agir resultará em consequências catastróficas. Você encontrará inúmeras escolhas, incluindo interrogar o narrador sobre possíveis ações. Conforme a trama se desenrola, vozes adicionais surgem, questionando a credibilidade do primeiro narrador, levando a diálogos conflitantes, mas bem-humorados, que lembram um debate interno anjo versus demônio. Dadas as apostas terríveis supostamente em jogo, como você responderá? Você atenderá ao chamado do Narrador e matará a princesa, ou tentará resgatá-la? Independentemente da sua escolha, a narrativa envolve temas profundos de existência, livre arbítrio e mortalidade.

Percebo que posso ser um pouco vago em relação ao enredo, e há uma boa razão para isso. Revelar detalhes substanciais sobre Slay the Princess: The Pristine Cut corre o risco de estragar a experiência — é melhor aproveitá-la com o mínimo de conhecimento prévio. No entanto, devo enfatizar o quão cativante é seu enredo, pois suas decisões criam efeitos cascata que alteram significativamente as interações com o mundo e a princesa. Até mesmo o ato de pegar um objeto pode eliminar resultados potenciais. Durante minha primeira sessão de jogo, que durou cerca de quatro horas, frequentemente engasguei em descrença com as reviravoltas surpreendentes, o que me levou a mergulhar imediatamente em uma nova jogada para explorar as consequências de diferentes escolhas.

Slay the Princess — The Pristine Cut rasga o livro de regras sobre o estereótipo da donzela
Imagem via Black Tabby Games

No entanto, a narrativa envolvente não é o único destaque de Slay the Princess: The Pristine Cut. A excelente dublagem desempenha um papel fundamental na imersão dos jogadores neste conto fantástico, com tons variados que vão do edificante ao sarcasticamente condescendente. A performance de destaque pertence a Jonathan Sims, a voz do Narrador, que detalha meticulosamente cada desenvolvimento enquanto o lembra incessantemente do imperativo de matar a princesa. A experiência geral seria diminuída sem essas performances de voz excepcionais.

Outro aspecto notável é o design visual do jogo. Slay the Princess: The Pristine Cut ostenta uma estética atraente em preto e branco, com cada personagem e fundo lindamente desenhados à mão. A cor é usada com moderação para destacar diálogos significativos ou para representar sangue, aumentando a intensidade de tais momentos. A arte se inspira fortemente em influências de terror cósmico; muitos personagens são retratados de maneiras inquietantes e bizarras. A própria princesa é retratada com uma variedade de expressões, de um sorriso caloroso e convidativo a um olhar arrepiante. Os desenhos a lápis intrincados capturam seus olhos, dando a impressão de que ela olha através de você.

Imagem via Black Tabby Games

Para aqueles familiarizados com o jogo original, você pode estar curioso sobre os novos recursos em Slay the Princess: The Pristine Cut. Ele apresenta três novos capítulos que solidificam a experiência de jogo. Um capítulo de destaque, “The Cage”, foi um dos meus primeiros encontros — sua atmosfera assustadora me deixou inquieto conforme me aproximava do fim, certo de que nenhuma das minhas escolhas produziria um resultado favorável. Além disso, várias rotas anteriores, incluindo “The Den”, “The Fury” e “The Apotheosis”, viram expansões. Um novo final também pode ser desbloqueado ao fazer escolhas específicas na batalha climática. Embora eu não tenha experimentado o título original, gostei muito do novo conteúdo oferecido aqui. Minha única pequena reserva é que nem todas as adições pareciam essenciais, então aqueles que jogaram a versão anterior podem não achar cada novo elemento atraente. No entanto, como uma atualização complementar para a versão para PC, merece consideração para qualquer um que aprecie o jogo.

Slay the Princess: The Pristine Cut é um jogo de terror excepcional que permanece na sua mente por muito tempo após a conclusão, cativando os jogadores com sua narrativa e temas abrangentes. Este é um título perfeito para jogar sozinho ou com um amigo — apenas certifique-se de concordar com suas decisões de antemão. Ideal para a temporada de Halloween, este jogo de terror indie é imperdível para entusiastas do gênero.

Slay the Princess: The Pristine Cut está atualmente disponível para PS5, Xbox Series X/S, Nintendo Switch e PC.

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